A investigação sobre a morte da menina Emanuelly, de 4 anos, em Guarulhos, na Grande São Paulo, avançou nesta sexta-feira (28) após o depoimento do pai da criança à Polícia Civil. O metalúrgico Lucas Silva Souza, de 29 anos, afirmou que a filha teria sido morta pela madrasta, Manoela Cristina César, de 34, durante uma discussão motivada porque a criança havia urinado na cama. Segundo a versão apresentada, as agressões teriam levado à morte da menina.
De acordo com o relato prestado no 4º Distrito Policial de Guarulhos, Lucas informou que chegou em casa no dia 15 de setembro e encontrou Emanuelly já sem vida, deitada no sofá e com o corpo gelado. Ele afirmou que Manoela teria contado que discutiu com a criança e que a menina teria “desfalecido” após a briga.
Ainda conforme o depoimento do pai, no dia seguinte os dois teriam decidido, em comum acordo, esquartejar o corpo com o objetivo de evitar a prisão. Lucas disse que Manoela realizou os cortes enquanto ele acompanhava e auxiliava na ação.
Após o esquartejamento, os restos mortais da criança teriam sido enterrados em um buraco aberto na varanda interna da residência do casal e cobertos com concreto. A Polícia Civil foi levada até o local por Lucas, que quebrou o piso. Durante o trabalho, os agentes identificaram forte odor e fios de cabelo, confirmando a presença de restos mortais no imóvel.
Versões divergentes
Em depoimento, Manoela apresentou uma versão diferente dos fatos. Ela afirmou que Emanuelly ainda estava viva, embora quase imóvel, quando Lucas chegou em casa. A madrasta declarou que a iniciativa de ocultar o corpo partiu do pai da criança. Ela admitiu ter participado da ocultação do cadáver, negou ter esquartejado a menina e não respondeu se houve agressões antes da morte.
Início da apuração
A investigação teve início depois que a mãe da criança, Gabriella Cardoso Lourenço da Silva, procurou o Conselho Tutelar relatando episódios anteriores de agressões praticadas por Lucas contra os filhos. Durante a apuração, o órgão constatou contradições nas versões apresentadas pelo casal sobre o paradeiro de Emanuelly. Diante das inconsistências, Lucas acabou confessando que a filha havia morrido e sido enterrada.
Levantamentos policiais apontam que o pai possui outros registros de ocorrência, incluindo denúncia de maus-tratos contra outro filho e boletins relativos a lesão corporal, ameaça e injúria contra Gabriella.
Prisão preventiva
A Polícia Civil informou que o caso foi enquadrado como homicídio qualificado e ocultação de cadáver, com indícios de participação tanto do pai quanto da madrasta no crime. A prisão preventiva dos dois foi solicitada pelo 4º Distrito Policial de Guarulhos em razão da crueldade dos fatos e da tentativa de obstrução das investigações. A medida foi autorizada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) nesta sexta-feira (28), mantendo ambos presos por tempo indeterminado enquanto a apuração prossegue.
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