O Ministério Público de São Paulo realizou, na manhã desta quarta-feira (10), uma operação contra três policiais civis do Denarc suspeitos de corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro; dois foram presos preventivamente, e um advogado também é investigado por participação no esquema.
Equipes do MPSP cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e na sede do Denarc, localizada no Bom Retiro, região central de São Paulo. A Justiça determinou ainda o arresto, sequestro e bloqueio de bens no valor de R$ 1 milhão, quantia que a investigação aponta ter sido paga como propina pelo advogado aos agentes públicos.
A apuração teve início após a prisão em flagrante, no ano passado, de um homem que transportava 345 kg de drogas escondidos em um caminhão frigorífico. Com a quebra do sigilo de dados telemáticos, os investigadores acessaram um vídeo com diálogo que tratava de pagamento para interromper uma investigação sobre um traficante conhecido como “Costurado”, apontado como integrante do PCC e responsável por parte da logística financeira da facção.
Mesmo após a identificação de um laboratório de refino ligado ao suspeito na cidade de Jarinu, no interior paulista, a investigação sobre ele foi paralisada. O vídeo, registrado em 23 de maio de 2024, mostra uma videochamada entre três dos quatro alvos da operação e menciona o quarto investigado. Segundo o MPSP, pouco tempo depois desse contato, houve a compra de imóveis pelos policiais, que já apresentavam patrimônio considerado incompatível com os valores recebidos do Estado. O órgão destacou ainda que o advogado investigado já foi condenado em um processo de extorsão mediante sequestro e associação criminosa.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que não tolera desvios de conduta por parte de seus agentes e que adotará todas as medidas administrativas necessárias, sem prejuízo das investigações criminais e disciplinares. A SSP afirmou também que segue colaborando com as autoridades para o esclarecimento completo dos fatos.
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