Guardas entram em CAPS da zona leste, algemam paciente durante terapia e prisão é anulada em delegacia

 

Foto: Ilustrativa

Dois guardas civis metropolitanos entraram sem autorização em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da zona leste de São Paulo e prenderam um homem negro durante uma atividade terapêutica, após alerta de reconhecimento facial do programa Smart Sampa, em 28 de novembro. Levado algemado à delegacia, foi constatado que não havia mandado de prisão contra ele, e o paciente retornou à unidade cerca de duas horas depois para dar continuidade ao tratamento.

De acordo com a apuração, a abordagem ocorreu dentro do espaço terapêutico, na presença de outros pacientes. O homem foi retirado da atividade, algemado e conduzido à delegacia para averiguação. No local, a autoridade policial verificou que não existia ordem judicial que justificasse a prisão, o que levou à liberação imediata.

Após o equívoco, o paciente voltou ao CAPS no mesmo dia para seguir com o atendimento em saúde mental. A intervenção policial, realizada sem autorização da equipe da unidade, gerou críticas de especialistas da área, que apontam riscos diretos à dinâmica do cuidado.

Profissionais de saúde mental avaliam que ações policiais em ambientes como CAPS comprometem o vínculo terapêutico, afetam a sensação de segurança dos usuários e podem provocar interrupções graves no tratamento, especialmente em contextos de vulnerabilidade psíquica.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que o sistema de câmeras do programa Smart Sampa opera em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e que os alertas gerados pelo reconhecimento facial passam por validação humana antes de qualquer ação. O caso segue sob análise administrativa.

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