Câmara rejeita repasse de até R$ 500 mil para transporte e Araçatuba pode ficar sem ônibus em 2026

 

Foto: Divulgação

A Câmara de Araçatuba rejeitou, na madrugada desta terça-feira, 9, o Projeto de Lei 200/2025, que previa repasses mensais de até R$ 500 mil para manter o transporte coletivo ativo na cidade. Sem o subsídio, o serviço corre risco de colapso já no início de 2026.

A votação começou às 23h58 e terminou pouco depois de 1h05, após mais de 1 hora de debates marcados por discursos tensos, pedidos de tempo e críticas diretas ao histórico da Transportes Urbanos Araçatuba (TUA). O projeto previa a menor subvenção entre cidades de porte semelhante: Presidente Prudente destina cerca de R$ 1,5 milhão/mês, Lins aproximadamente R$ 990 mil/mês, São José do Rio Preto mais de R$ 10 milhões/mês e Bauru R$ 4 milhões/mês.

A Prefeitura informou aos vereadores que duas empresas demonstraram interesse em assumir o serviço, mas cobrariam valores de R$ 1 milhão mensais ou mais. Mesmo assim, a maioria entendeu que o repasse proposto não atendia às necessidades do sistema.

Entre as falas mais marcantes da madrugada, Sol do Autismo (PL) reforçou que não confia na TUA e citou situações vividas por passageiros: “O povo sofre todos os dias. Meu voto é não.” Damião Brito (Rede) atacou diretamente a concessionária ao afirmar que a empresa estaria há “50 anos enganando Araçatuba” e criticou a ausência de audiência pública. Ele alertou que o risco de paralisação não pode ser atribuído ao Legislativo: “O prefeito sabia do problema.”

Gilberto Batata Mantovani (PSD) sustentou que não poderia votar sem prestação de contas detalhada. Luis Boatto (Solidariedade) classificou a situação do transporte como “desrespeito com a população”, lembrando linhas retiradas na pandemia e frota deteriorada. Denilson Pichitelli (Republicanos) afirmou que aceitaria a proposta se ela tivesse validade anual, e não de 3 anos. Ícaro Morales (Cidadania) avaliou que o valor não resolveria o problema estrutural e responsabilizou o Executivo: “Ele tem que trazer solução.”

Entre os defensores do projeto, Rodrigo Atayde (PRTB) argumentou que a aprovação poderia evitar um colapso imediato, chamando a medida de “mal menor”. João Pedro Pugina (PL) também votou a favor e destacou o impacto da rejeição para quem depende do ônibus diariamente. Fernando Fabris (PL), Arlindo Araújo (PSD), Carlinhos do Terceiro (Republicanos) e Hideto Honda (PSD) acompanharam o voto favorável.

Resultado da votação
Contra:
Damião Brito (Rede)
Sol do Autismo (PL)
Denilson Pichitelli (Republicanos)
Gilberto Batata Mantovani (PSD)
João Moreira (PP)
Luis Boatto (Solidariedade)
Dr. Luciano Perdigão (PSD)
Ícaro Morales (Cidadania)

A favor:
João Pedro Pugina (PL)
Fernando Fabris (PL)
Arlindo Araújo (PSD)
Carlinhos do Terceiro (Republicanos)
Hideto Honda (PSD)
Rodrigo Atayde (PRTB)

Com a rejeição e sem proposta de operação por valores menores que R$ 1 milhão mensais, o transporte coletivo de Araçatuba pode ser interrompido já em janeiro de 2026. A decisão abre um período de incerteza e pressiona o Executivo a apresentar uma solução rápida para evitar a paralisação do serviço.

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